Talvez pelas duvidas dentro da minha cabeça, ou quem sou
Para perguntas que nem mesmo formadas estão
Nem do lugar de onde eu vim, muito menos do lugar de onde estou
Talvez seja o motivo ou não dessas respostas sem razão
Se um dia eu sumir daqui
E que lá fora de ti, passar a existir
Cá dentro de mim, estará, o eterno sentimento de amar
E se um dia eu sumir daqui
Não foi por covardia, em não reagir
Mas pelo sentimento que há em mim de sempre caminhar
Antes de qualquer coisa, vou pegar tudo que eu puder levar
Minha camisa favorita, um caderno e canetas coloridas
Para escrever e também desenhar
Desenhar cubos, formas geométricas, flores e o vento,
Assim como o Amor me ensinou
E também coisas que nem mesmo vão pesar,
A felicidade dos amigos que em mim habitou
Não me procure, na tarde quente de sábado,
Sentado naquela cadeira na varanda com esperança
Tenha lembranças minhas num caminho, como um peregrino
De mochila e com uma rosa na mão
Já tive uma família, já amei e des-amei e amei novamente,
Já tenho aquela cicatriz de criança
Uma tatuagem, um apanhador dos sonhos, para não desacreditar
Que coisas boas acontecerão
Quando cansado de caminhar, no trilho do trem eu irei
E mais um sonho realizarei
Pegarei o trem, continuarei esse caminho lentamente
Com o gozo da felicidade e simplesmente ri
Até que, na ultima estação esbarrar,
E ali ficar com os braços cruzados sobre o peito estarei
E se de saudades não suportar. Encontre-me, onde?
Debaixo de um ipê estarei a residi
Que terá flores a seu tempo, que cairão e cobrirá o chão
Como um imenso tapete amarelo.
Robson Demétrio